La Marseillaise

Que veut cette horde d'esclaves, De traîtres, de rois conjurés ?
Pour qui ces ignobles entraves, Ces fers dès longtemps préparés?
La Marseillaise

terça-feira, 28 de fevereiro de 2012

Non Liquet


Non liquet
ou
Não-demonstração superveniente



Sine die, tempo em inelutável ocaso
Pensar em solidão mais infungível
Tratado tão solene sem seu prazo
Comentário às sortes também fazível
Ó vassalos, de reinado bem demonstrado
Nos encomendamos à mofa impaciência
E nos guarnecemos do sol já queimado
E nos escondemos da dura clemência.


Nada nos garantirá mais forte cantado
Afora todos males do porte e d’ausência
Sujeitos a batimento fortemente focado
Do entendimento civil e sua obstinência.
Caríssimos, se me é dado peito ou fardo
Vos encomendo também a incumbência
De pedir-vos eterno questionar ao fado
Que governa mal hostes em defluência.


Ninguém demonstra o quanto valemos
Que valência valem valores norteantes
Qu’estandartes s’erguem mais clamantes
Pagando preço qu’em futuros pagaremos?
Nem o Estado está para estar, e sofremos
Porque não lutamos nem bem entendemos
Qu’o poder decisório é summo colectivo
ser passivo mais perder-se mesmo altivo.


Passivas as massas em res comum
batimento cardíaco  frio e redundante
achega às virtualidades d’ode triunfante
Contra-exemplo, ficção acto algum.
Freio do poder em banal comum julgado
Opacidade, medo, caos e feita desigualdade
Vergonhosos exemplos de quem é, em verdade,
Quem quer governar sem se sentir governado.

28/02/2012

sexta-feira, 26 de novembro de 2010

Corvos

Ouve, Maria, como correm estes corvos
esvoaçando dotados do fim dos tempos
sem mera consciência doutros hirtos templos
dilacerantes errantes como o são os povos;

Vastos procuram no céu olhos flamejantes
Onde estão os corvos que, em vão, não somos?
Sulcam na gravidade d'átomos semblantes
no pão se desconexam imagens que fomos.

Para, memória, se nos voarem ao alto
sem sombras de mera posse ou não-orgasmo
No-las encontram numa pérfida história;

Numa mensagem nocturna, eis nosso salto
Tomba o vínculo ao voar, e do solo pasmo
cai-me agonia como se houvesse memória.

domingo, 14 de novembro de 2010

Vardalhoca

Vivia no cais da ribeira
cheirava demasiado a cholé
Era amplamente sopeira
comia as papas com o pé.

Vestia casacos da Adidas
e sapatiilhas Naike Shókes
tinha as calças todas fodidas
por ter andado de noite aos Shótes.

Sua Mána trocos lhe tirou
prá gánzha comprar
E logo na boca lebou.

Simples

Cavaleiro avança
lançando setas
ao seu destino.

Ordena herança
que corra metas
ó peregrino.

Cavalo cansa
saltam cometas
em desatino

soneto fodido

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cbhwbecbcewcewcew
bcjewuicueiwcewcew
beiuwcuieiuwcewcew

bhceiuhciuwhiucewcew
cnewcieiuwhcuicewcw
jckewchiuehwiucewcew
njkehwchiewhcicewcwe

iuechwuihceuewccew
hceiuwhchueewccewc
newichiwehcewcwec

ceiuwhcuihewiuecwc
neuchiuwhcuiuwcecew
cwehcuheiuwhcewcewc

sexta-feira, 29 de outubro de 2010

Soneto ao Som

Inalo o ópio que me droga a alma
respiro o fundo de minha palma
e calos meus vertem liberdade
suspirando nu,  pálida cidade.

E fogem almas, intempérie
de ser. No além congemina
a dor de não-ser-se em série
guitarra ao relento, desafina.

Nos saúdam pecados qu'ego fita
liberdade criativa d'enlouquecer
nos meandros da vil saudade.

A melodia da existência grita
perdendo no fundo amanhecer
queimando nossa brevidade.

quinta-feira, 28 de outubro de 2010

Alunos da discórdia

Semeiam-nos no desespero
- que o direito é a fonte
das sumas fontes sem ponte -
arde-nos o sangue, sombrero!

Eu queimo a Constituição,
os seus trâmites, o sangue
golpeado que a antecede
e as suas facetas económicas.
À China, camaradas!
Mantenhamos as alçadas
e carismas, sofismas.

Queimo o código Penal
Queimo o código Civil
Queimo o código Processual
Queimo-os num jardim infantil
A brincar ao faz-de-conta
que a normatividade é parcial.