La Marseillaise

Que veut cette horde d'esclaves, De traîtres, de rois conjurés ?
Pour qui ces ignobles entraves, Ces fers dès longtemps préparés?
La Marseillaise

quinta-feira, 14 de outubro de 2010

Act I, 1, pr: Rex

Tempo se nos transpira
de insignificância
quando humano suspira
mutilado e regado
pelos óleos
da ganância. 

O Rei imagina-se sem trono numa cíclica morada errante. 

Queimam-lhe o nome
rasgam-lhe os salamaleques
nas entranhas do divertimento,
 cabeças lhe cortam
o alcance de sua
 moralidade. 

Esvai-se o tempo presenteando
a morte no eufemismo
da loucura
no leito da emotividade. 

Ganância dos réus que se tornam ocamente  reis
Deus penetre o homem pelo ânus da animalidade
congeminado p'lo arbítrio livre
 que deveria
ter protribuído
aos animais.
São mais
pedaço de carne andante
e diluído.
nas sombras do homem, 
pelos caminhos da vertigem. 


Razão me leva avante pelo ofício
de ser osso dado a roer
a quem dentes mais
 tem
do que alguma vez
quererá
vender.


Rei nada tem além dos domínios da fraude
que o Povo comete em prol da superação
ergue-se a confusão para saciar a laude
pasma-se o colóquio no ponteiro-escovilhão


Materializaram o Rei num fragmento de deidade.
E dois reis se nos apareceram
para tomar o que de ambos seria de um só:
a Verdade.



2 comentários:

  1. este sim, é croix. la croix, l'autel et le trône.
    la sacrée trinité de la politique. tu a fait un poéme qui me plais, moi, un térrible integraliste...

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  2. como considero que este poema é perfeitamente aplicável à dicotomia "soberania tradicional vs. soberania popular", linkei-o.

    http://espectador-portugues.blogspot.com/2010/10/o-nao-rei-rei-nada-tem-alem-dos.html

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